Mais de 70% da água utilizada no mundo é consumida pela agricultura. A irrigação vem como forma de garantir a produtividade
e ainda criar novas áreas para plantações, contudo algumas técnicas e tecnologias ultrapassadas favorecem o desperdício dessa
água.
Iniciativas para otimizar o uso da água nas plantações são fundamentais para garantir que no futuro tenhamos água para consumir e assim melhorar a produtividade das indústrias, reduzindo os custos e ainda preservando o meio ambiente.
Conheça os inovadores dos cursos técnicos do Senai no Paraná que criaram um método barato e original para esse problema: o projeto IOB - biossensor para controle e monitoramento de irrigação.
"Eu comecei a me interessar pelo desperdício de água dentro da minha casa. Aqui em Curitiba, não sofremos tanto com o racionamento de água, mas, quando sofria, eu me perguntava o motivo e algumas vezes era porque estava faltando água, literalmente", disse Felipe do Carmo, aluno idealizador do projeto.
Foi então que surgiu a preocupação do aluno sobre o consumo de água pelo ser humano e os questionamentos sobre o porquê gasta-se tanta água, excessivamente. A partir daí, Felipe começou a refletir se havia alguma coisa que ele pudesse fazer para melhorar esse gasto de água e juntamente com outros alunos, o IOB surgiu.
O Projeto IOB
A identificação do problema veio de um pré-estudo efetuado, quando os alunos e o corpo docente viram que havia a possibilidade de tratar a variação do caule mediante o acoplamento de um dispositivo. O método consiste em monitorar a planta 24 horas por dia para saber a hora exata em que deve ser feita a irrigação, fazendo assim um racionamento de água.
As etapas do projeto foram: identificação do problema, mapeamento e seleção dos sensores, escolha do hardware em que o sensor pudesse ser aplicado, e desenvolvimento do projeto. As competências em programação e eletrônica analógica, vinda do curso técnico em eletrônica, foram fundamentais para essas etapas e para trabalhar com os sensores do IOB.
O perfil do curso técnico em eletrônica é feito para formar o aluno para atuar na indústria, com questões da manutenção, desenvolvimento e visão analítica das coisas, além de atuar nas diversas áreas no desenvolvimento de produtos.
"É uma sensação muito boa, você ver um negócio que partiu de você, de uma equipe de quatro pessoas. Esse grupo se determinou a fazer aquilo", disse Felipe.
Como foi desenvolvido
Para fazer o IOB, os inovadores usaram os seguintes materiais: ímã, placa de circuito eletrônico, leitor e gravador de cartão de memória, 5 sensores (temperatura, umidade do solo, umidade do ar, pluviométrico e campo magnético) e conexão USB.
Para que funcionasse, os alunos utilizaram uma plataforma com capacidade de se comunicar com uma série de outros equipamentos, como, por exemplo, os sensores que usaram para verificar a umidade da planta. O hardware utilizado foi o Arduíno, que é basicamente uma plataforma de programação de código aberta utilizada para desenvolver protótipos de projetos com sensores.
Toda planta é um ser vivo e precisa de alimento, quando ela precisa da água, o caule seca, consequentemente o tronco fica mais fino e, quando ela já está satisfeita com a água, o caule fica um pouco mais "gordinho". É preciso trabalhar com esses sinais.
Dependendo da grossura do caule, o sensor verifica se a planta está com muita ou pouca água e então pode interceder no processo. Os equipamentos reportam os valores para o sistema por meio de gráficos qual a situação em tempo real, assim informando medidas para correção dos problemas, que no caso, seria a irrigação da planta.