Culturalmente, por muito tempo as emoções foram tidas como algo negativo dentro das organizações. O colaborador, para se adequar ao ambiente empresarial, era instruído a não expressar suas emoções, afinal a lógica e a razão deveriam prevalecer durante o horário de trabalho.
Para a neurocientista Carla Tieppo, que participou da última edição do Café & Gestão promovido no dia 18 de outubro pela Escola de Negócios das Faculdades da Indústria, essa forma de “controle emocional” que é exercido pela sociedade é um dos fatores do elevado índice de doenças como depressão e ansiedade que atingem a população. Hoje, a competência, prontidão e precisão são características cada vez mais valorizadas pelo mercado de trabalho. “Precisamos entregar a melhor resposta no menor tempo”, observa.
Para a professora da Escola de Medicina da Santa Casa de São Paulo, é necessário que as empresas implantem programas de gestão das emoções, para tornar os ambientes mais saudáveis e produtivos. “A única força que temos dentro de nós é a emoção. Mas nós não somos capazes de saber o que é a emoção, se não entendermos o cérebro humano. A partir do momento que conhecemos o funcionamento do cérebro, conseguimos transformar as emoções em aliadas”, avalia.
Carla explica que, a partir de inputs que recebemos do meio externo, reconhecemos um padrão. A partir deste padrão, percebemos tendências e, então, fazemos uma qualificação emocional. “Usamos a lógica apenas para justificar esses padrões” comenta a neurocientista. Esse processo de dar valor aos padrões é chamado de valência. Por isso, quanto mais experiências de vida, mais qualidade temos na tomada de decisão. Para ela, é comum que as pessoas tenham medo das experiências emocionais, mas até as emoções negativas são importantes, pois criam novos padrões e atualizam nosso repertório emocional.
De acordo com a neurocientista, fazer a gestão emocional é parar para avaliar as emoções que viveu, é colocar o foco em você, em como você lidou com as situações durante o dia. “Como defesa, as pessoas tendem a focar no outro, a se fazerem de vítima. Porém, é essencial observar a si mesmo, para detectar que momentos a afastam da sua real intenção e como fazer para consertar isso. Devemos fazer isso sem culpa, visando crescimento. Assim, é possível avaliar as consequências e rever os padrões” sugere Carla.
Para promover ainda mais o conhecimento sobre o tema da gestão emocional das organizações, a Escola de Negócios está planejando a realização de um curso com a professora e neurocientista Carla Tieppo. Mais informações em breve.
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