Senai desenvolve tecnologia para fabricação de baterias automotivas no Brasil
O Instituto Senai de Inovação em Eletroquímica, com sede em Curitiba, finalizou um projeto com 11 fabricantes nacionais, que participaram de um consórcio, para desenvolvimento de uma solução tecnológica para produção de baterias automotivas de chumbo-ácido. O projeto deu certo e já está em produção em escala industrial em quatro das 11 empresas e pode gerar até 15% de economia de combustível e de emissões geradas pelos motores na atmosfera.
Essa bateria também é mais resistente a um maior número de partidas que um motor é submetido no sistema start-stop, modelo que liga e desliga quando o veículo para em uma via. Outro fator é que o produto também tem um preço competitivo se comparado aos produtos importados – até então os únicos detentores de tecnologia para produção deste tipo de bateria.
No início do projeto, há cerca de cinco anos, o Brasil não possuía uma tecnologia nacional para produção dessas baterias. Devido às novas tecnologias utilizadas nos veículos com start/stop, há uma maior exigência tanto por qualidade, quanto por requisitos elétricos que garantam maior vida útil. Uma bateria chumbo-ácido EFB suporta dezenas de partidas durante o dia. Já uma de arranque tradicional duraria somente três meses em um veículo com sistema start/stop.
O produto também agride menos o meio-ambiente, já que as baterias de chumbo-ácido têm uma taxa de reciclagem no Brasil próxima de 99%. “É o produto mais reciclado do mundo, inclusive superando as latas de alumínio, o segundo colocado. O Brasil domina a tecnologia para reciclar essas baterias, garantindo o ciclo de vida completo do produto no mercado nacional”, explica Heverson Renan de Freitas, pesquisador do Instituto.
Das 11 empresas que participaram do projeto articulado e desenvolvido pelo ISI em Eletroquímica, quatro já estão comercializando o produto. “Graças ao desenvolvimento desses produtos no mercado nacional, hoje é difícil encontrar baterias importadas do modelo EFB por aqui. Mas quando eram as únicas alternativas disponíveis, chegavam a custar o dobro do preço das nacionais”, complementa o pesquisador.
Sobre o consórcio de empresas
A maioria das empresas nacionais de baterias são de pequeno e médio porte e não fosse o consórcio, não teriam condições de fazer aportes significativos para investimento em projetos e novas tecnologias. A missão inicial foi unir Senai e empresas com contrapartidas mais acessíveis para fazer o projeto e personalizar a solução para cada uma. Não é comum um projeto ser desenvolvido na modalidade consórcio, com empresas que possuem a mesma necessidade de uma solução tecnológica para atender às novas exigências do mercado. “Este projeto permitiu que elas superassem um desafio tecnológico relevante que resultou no aumento de competitividade da indústria brasileira de baterias de chumbo-ácido para atenderem o mercado de reposição para o setor automotivo”, conclui Heverson.