Arapongas: capital da indústria moveleira do PR investe em inovação
Um mercado que fatura cerca de R$ 30 bilhões por ano, distribuídos entre as mais de 22 mil indústrias existentes no Brasil. O setor moveleiro está entre os negócios que mais prosperaram no país na última década. O fácil acesso às matérias-primas – madeira, algodão e látex – e os investimentos em processos produtivos mais eficientes dão origem a produtos de qualidade e alto valor agregado, que atendem também o mercado internacional.
O Brasil é o 5º maior exportador de móveis do mundo – em 2015, o saldo da balança comercial ficou em R$ 249,9 milhões. Os estados da Região Sul ocupam posição de destaque no segmento. Somente no Paraná, a indústria de móveis gera mais de 37 mil postos de trabalho e movimentou R$ 63 milhões em salários no ano de 2015. Os dados fazem parte do “Panorama Setorial – Indústria de Móveis do Paraná 2017”, elaborado pelo Sistema Fiep.
Arapongas: capital moveleira do Paraná
O Paraná concentra 13,93% das indústrias moveleiras de todo o Brasil. É o segundo maior centro industrial desse segmento. As fábricas estão localizadas, principalmente, nos municípios de Curitiba (8,8%), Maringá (6,1%) e Arapongas (5,9%). Nessa última, a capacidade produtiva é utilizada para diferentes segmentos. Quem explica é Irineu Munhoz, presidente do Sindicato das Indústrias de Móveis de Arapongas (SIMA). “Há uma produção de móveis seriados em alto volume, para atender o mercado nacional e o internacional. Mas as indústrias também se mantêm atualizadas com novas tecnologias, o que gera produtos de maior valor agregado, tanto no design quanto na qualidade”, comenta.
Localizada no norte central do Paraná, Arapongas recebeu o título de capital moveleira do Estado – o parque industrial é o segundo maior do país. Na cidade está localizado o Instituto Senai de Tecnologia (IST) em Madeira e Mobiliário, que conta equipe técnica altamente especializada e infraestrutura laboratorial moderna para o desenvolvimento soluções tecnológicas e projetos inovadores para o setor.
Neste ano, a cidade também sedia o Congresso Nacional Moveleiro, com palestras, workshops, exposições e encontros de negócios nacionais e internacionais. Realizado em parceria com o Sistema Fiep, o evento chega à sua 10ª edição reunindo mais de 800 pessoas entre profissionais, empresários e expositores. “O Congresso vem evoluindo ano a ano, sempre com conteúdo atual e relevante em um ambiente propício para a troca. Este ano falaremos sobre a transformação digital e seus impactos na indústria de móveis. Entendemos que é um grande desafio para as indústrias e, ao mesmo tempo, uma grande oportunidade de se diferenciar e se manter competitiva”, analisa Irineu.
A maior parte das indústrias moveleiras paranaenses é formada por micro e pequenas empresas. O “Panorama Setorial – Indústria de Móveis do Paraná 2017” observou que os pequenos negócios representam 97,6% do segmento no Estado. Para o presidente do SIMA, a estabilidade do setor deve-se, especialmente, à representatividade de instituições patronais e industriais. “Seja qual for a atividade industrial, ela só cresce se estiver inserida em um contexto de relacionamento com a sociedade. As associações tratam de temas comuns de forma coletiva, fomentando a instalação de novas empresas e o desenvolvimento daquelas que já existem”, explica Irineu. O profissional destaca que, em Arapongas, há iniciativas compartilhadas por toda a cadeia produtiva. “Temos um programa de reciclagem dos resíduos de produção. Cada nova indústria que se instala por aqui pode usufruir do sistema instalado. Isso já promove um grande salto na operação”, encerra.
Fonte: G1 Paraná