Inovadoras (Anpei) e representantes de indústrias, universidades, agências, consultorias e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) participaram ontem (segunda-feira, 20/3) de uma programação especial no Habitat Senai, no Campus da Indústria, em Curitiba.

Logo na abertura, a presidente da Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação, responsável pelos projetos do programa Vale do Pinhão, Cris Alessi, antecipou alguns insights sobre a associação da capital paranaense a projetos de smart cities. “Somos a cidade mais inteligente e conectada do país”, disse ela, citando o Ranking Connected Smart Cities 2022. Ela citou os desafios de aliar questões ambientais, sociais e econômicas a projetos que resultem em melhoria da qualidade de vida nos grandes centros urbanos. “Precisamos garantir que as pessoas se conectem mais e cada vez melhor utilizando soluções inovadoras de mobilidade. Mas precisamos preparar as pessoas para esta transformação”, disse.

Ela conta que os projetos da Agência estão ancorados em cinco pilares, que são reurbanização e sustentabilidade, educação empreendedora e digital, tecnologia, legislação e incentivos fiscais e governança e articulação. Tudo isso integrado para garantir que tenham continuidade, independente de quem está à frente da administração pública. “Inovação é uma corrida de bastão, não é um fim, é um meio e precisa continuar para que a cidade esteja em constante evolução”, garantiu. Segundo ela, as ações da agência seguem esta linha para manter Curitiba mais inteligente e conectada sempre. “Tudo isso precisa estar integrado para que os resultados apareçam e possamos seguir em frente, com ações transparentes, trabalhando pela inclusão e a diversidade, sendo criativos e inovadores no que fazemos e sempre de olho no futuro”, resumiu.

Na sequência, o diretor de Desenvolvimento de Negócios do Parque Tecnológico de São José dos Campos, Marcelo Nunes da Silva, apresentou números e resultados do projeto. A cidade paulista é a única do Brasil certificada como cidade inteligente, segundo as novas normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). O parque engloba 160 empresas, sendo 60 startups que estão incorporadas à realidade e aos propósitos do local. Somadas ao cluster tecnológico conectado ao parque, são mais de 350 empresas que trazem demandas e geram projetos inovadores nesse ambiente. “Temos uma pontuação constantemente revisada, seguindo parâmetros estabelecidos pelas normas ISO 37120, 37122 e 37123, com diversos níveis de maturidade, que garantem nossa certificação em diversos aspectos alicerçadas nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) da ONU”, explica.

Ele contou que cidades como Pindamonhangaba e até São Paulo capital já estão em processo de certificação. “O processo de adequação dos indicadores leva em torno de um ano. Não é feito por robôs, mas por pessoas e cada etapa é criteriosamente avaliada”, conta. Entre os benefícios da certificação estão a identificação de indicadores que podem auxiliar as cidades na aplicação de sistemas de gestão para implementar políticas públicas, programas e projetos mais inteligentes e assertivos.

Outra vantagem é poder responder a desafios de forma mais rápida e eficiente, envolvendo a sociedade, por meio da oferta de serviços mais qualificados. Melhorar o ambiente com ferramentas tecnológicas e inteligentes disponíveis aos cidadãos e tornar os espaços mais sustentáveis também fazem parte da missão.

Os convidados também conheceram mais sobre o ecossistema de inovação do Sistema Fiep na apresentação do gerente executivo de Tecnologia, Inovação e Responsabilidade Social do Sistema Fiep, Fabrício Luz Lopes. Ele destacou projetos que trazem a essência do Senai Paraná, que tem como missão atrair profissionais que estão à margem da sociedade, capacitá-los e inseri-los no mercado de trabalho. “Por meio da inovação geramos competitividade ao setor industrial e promovemos a transformação social”, resumiu. “Inovação é um propósito para transformar a vida das pessoas”.

Na sequência, ele apresentou o projeto do Parque Tecnológico da Indústria, que será instalado no Campus da Indústria, em Curitiba, com foco inicial na área de mobilidade sustentável. No local estarão empresas, startups, capital intelectual, institutos de pesquisa e órgãos do governo em busca do crescimento econômico e do desenvolvimento social a partir de soluções em transporte mais inteligentes. “É um grande desafio. Queremos atrair empresas que tenham boas ideias e soluções tecnológicas para desenvolverem projetos-pilotos aqui. Serão vários atores, imbuídos de um objetivo comum e de boas ações, para melhorar a vida das pessoas.”, concluiu.

Na sequência, o grupo seguiu para uma visita guiada para conhecer a estrutura do Instituto Senai de Inovação em Eletroquímica e a unidade Embrapii no local, voltada a projetos de alta complexidade.

*** Para saber mais sobre o ecossistema de inovação do Sistema Fiep acesse aqui.