Circularidade é destaque em chamada da Nestlé e SENAI
Impulsionar projetos inovadores para resolver os desafios do pós-consumo está entre um dos principais objetivos da chamada “Inovação em Alimentos: Transformando o Futuro do Sistema Alimentar”, que foi aberta pela Nestlé Brasil e o SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial). O edital, apoiado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e operacionalizado pelo Senai Paraná, terá um aporte R$ 6.25 milhões, sendo R$ 5 milhões da Nestlé e R$ 1.25 milhão do SENAI.
Com abrangência nacional, a Missão Nestlé e SENAI tem como um dos desafios da chamada o tema “Infraestrutura sustentável de reciclagem para uma economia circular”, a ideia é encontrar inovações e alianças que ajudem a criar novas aplicações para as cadeias produtivas da companhia e, também, incentivar a infraestrutura de reciclagem para diversos materiais, promovendo a inclusão social e conectando diferentes setores .Os temas escolhidos estão diretamente ligados aos desafios globais, que tem como intuito alcançar um sistema alimentar regenerativo.
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Quem pode participar da chamada?
A chamada tem como público-alvo Institutos Senai de Inovação, Institutos de Ciência e Tecnologia – ICT’s e universidades (públicas ou privadas), empresas da cadeia de valor do setor de alimentos e bebidas, pequenas e médias e grandes empresas, startups, empresas de base tecnológica e agências de fomento para projetos de P&D+I, com CNPJ ativo. A inscrição, com o desenvolvimento das alianças e submissão das propostas de projetos deve ser feita até o dia 4 de abril de 2024, por meio do site: senaipr.org.br/futuro-alimentar
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Segundo dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpezas Especiais (Abrelpe), em 2022 foram geradas 81,8 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos. Deste total, 30% são recicláveis, no entanto, apenas 4% são reciclados. Além disso, o Plano Nacional de Resíduos Sólidos estabeleceu a meta de reciclar ou recuperar 48,1% do total de resíduos sólidos urbanos até 2040.
A baixa taxa de recuperação de resíduos resulta na sobrecarga de aterros sanitários, aumentando a Emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE), contribuindo para o aumento da exploração de recursos naturais. Para Mateus Jonsson de Almeida, consultor de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação do Instituto Senai de Tecnologia (IST) em Celulose e Papel, a economia circular é crucial para a indústria e o planeta.
“No IST percebo que ela vai além de uma mudança na prática, mas sim uma oportunidade para repensar os negócios. A utilização eficiente de recursos, como nas práticas inovadoras do IST, reduz o impacto ambiental e impulsiona a inovação e a sustentabilidade econômica. A transformação de resíduos em produtos de valor agregado demonstra que a circularidade não é passageira, mas uma mudança de mentalidade que guia a indústria para um futuro verde”, afirma.
Transformação sustentável
Com relação à economia circular industrial, o profissional destaca algumas iniciativas que podem ser implementadas: design sustentável para estender a vida útil dos produtos e facilitar a reciclagem, modelos de negócios baseados em serviços, como o Product-Service System (PSS), e estratégias eficientes de gestão de resíduos.
“A colaboração intersetorial e cadeias de suprimentos circulares são cruciais para a utilização responsável de recursos. Incentivos financeiros e regulamentações favorecendo a economia circular também desempenham papel crucial na transformação sustentável”, observa.
Impactos da economia circular
No IST Celulose e Papel de Curitiba, existem alguns resultados evidenciados pela redução de resíduos e pela inovação em embalagens e compósitos ecologicamente corretos que ilustram que a economia circular transcende números.
“Ao adotar práticas sustentáveis, a economia circular não apenas contribui para a preservação ambiental e eficiência econômica, mas também fortalece negócios, comunidades e a imagem de marca. Essa abordagem não apenas gera empregos na gestão de resíduos e na implementação de novas tecnologias, mas também posiciona a indústria como uma força motriz para uma mudança mais ampla e positiva”, afirma Mateus.
Ainda sobre a importância da economia circular, o especialista reforça que o potencial das chamadas para impulsionar soluções sustentáveis é imprescindível para transformar as práticas industriais.
“Essas iniciativas catalisam inovação, pesquisa e conscientização sobre a importância da ecoeficiência. No caso do IST Celulose e Papel, a grande maioria dos projetos de inovação em parceria com diversas empresas atualmente faz uso de alguma fonte de fomento. Ao oferecer suporte a esses projetos sustentáveis, as chamadas não apenas motivam empresas a adotarem práticas mais responsáveis, acelerando a transição para uma economia circular, mas também destacam a importância do apoio financeiro na promoção de soluções inovadoras para a sustentabilidade. Além disso, ao destacar e premiar esforços nesse sentido, essas iniciativas inspiram outros setores a adotar práticas mais sustentáveis”, finaliza.
Compromisso atrelado à circularidade
Até 2025, a meta da Nestlé é reciclar o equivalente a todo o plástico inserido no mercado anualmente; reduzir 1/3 do plástico virgem de todas as embalagens; e ter 100% das embalagens desenhadas para serem recicladas e/ou reutilizadas.
Entre algumas das principais iniciativas realizadas pela companhia destaca-se: o percentual de embalagens desenhadas para a reciclagem e/ou reutilização na Nestlé Brasil que atualmente é de 98%. Todas as bebidas prontas já utilizam canudos de papel, o que equivale a 300 milhões de canudos plásticos a menos por ano.
Em 2021, todas as tampas plásticas das bebidas prontas foram retiradas, reduzindo o uso de 150 toneladas de plástico e, em 2022, apoiou mais de 8 mil profissionais de reciclagem em todo Brasil, aumentando o engajamento sobre reciclagem e a renda desses trabalhadores.
Já em 2023, teve início a produção das garrafinhas das marcas Nescau, Neston, Molico, Nescafé e Alpino a partir de 50% de plástico reciclado, e para facilitar a reciclagem, a cor das tampas de Nescau em pó foram trocadas por tampas transparentes.
Todas as embalagens da linha de iogurtes são feitas com plástico reciclado e a companhia é a maior recicladora de cápsulas do Brasil, com mais de 300 pontos de coleta ao redor do país. Além disso, em parceria com a startup Yattó, reciclou 400 toneladas de embalagens plásticas flexíveis em 2023 – o equivalente a 631 milhões de embalagens de chocolate coletadas; redução de mais de 1,8 milhões quilos de emissão de CO2 na atmosfera e economia de mais de 7 milhões de litros de água.
E para ajudar o público em geral com relação às dúvidas de reciclagem, oferece o EcoBot Nestlé, que indica os pontos de coleta de reciclagem mais próximos do usuário e a maneira correta de cada descarte.