Com apoio do Sistema Fiep, empresa curitibana desenvolve tecnologias de alto impacto para reabilitação e acessibilidade

Notícias16/12/2019
Cycor Cibernética, startup acelerada pelo Sistema Fiep, cria exoesqueletos e mão eletrônica com uso de inteligência artificial
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Um exoesqueleto que permite que pessoas com paraplegia ou tetraplegia levantem, andem e sentem. Uma mão eletrônica com sistema de inteligência artificial que responde a impulsos nervosos emitidos pelo cérebro. Uma tecnologia que possibilita que doenças como o câncer sejam tratadas por meio de um alvo eletrônico. E, ainda, um sistema que faz a “transmissão” de cheiros via caixinhas de som. Se todas essas ideias parecem saídas de um filme futurista de ficção científica, não são – aliás, estão sendo desenvolvidas neste exato momento por uma startup curitibana. A Cycor Cibernética, atualmente acelerada pelo Sistema Fiep, trabalha com alta tecnologia com foco principal em saúde e acessibilidade. “A Cycor foi fundada em 2013 para participar do Desafio Senai de Inovação. Vencemos em 1º lugar e, desde então, já desenvolvemos novos produtos com o objetivo de preencher lacunas importantes com tecnologias acessíveis para empresas, indústrias, desenvolvedores, pesquisadores e estudantes em todo o mundo”, conta Michele Souza, CEO e diretora de desenvolvimento da Cycor.

Rafael Trevisan, gerente de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação do Sistema Fiep, aponta que a Cycor tem muito potencial de crescimento. “Na Aceleradora Sistema Fiep, buscamos investir no empreendedorismo de alto impacto e promover novos negócios que estejam relacionados aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), trilhando um caminho capaz de conduzir pequenas, médias e grandes empresas ao avanço econômico e social”, afirma. “A Cycor é um desses novos negócios, e com certeza tem um grande futuro pela frente”, observa. Prova disso é que neste ano a Cycor foi eleita startup destaque no programa InovAtiva de Impacto, criado em 2016 para fomentar o ecossistema dos negócios de impacto social e ambiental no país.

A história da startup

Michele sempre teve habilidades envolvendo o planejamento voltado a integrações de mecanismos com o ser humano, por isso procurou uma formação que envolvesse saúde e tecnologia. Neurocientista, foi diagnosticada na adolescência com Síndrome de Asperger, uma forma leve de autismo. Por isso, além das formações técnicas, procurou cursos de teatro e oratória para se expressar melhor. Mas sua trajetória profissional foi brevemente interrompida com o descobrimento de um câncer ósseo na sua esposa, que veio a falecer. “Desenvolver tecnologias mais acessíveis para as pessoas passou a ser mais do que uma vontade, se tornou um propósito de vida. Foi aí que comecei a direcionar meu conhecimento para tecnologias de impacto social”, conta. “Transformei a dor pelo que vivemos em menos de dois anos de casamento, por tudo que não poderia ser vivido e todas as alegrias que tivemos durante esse tempo, em uma força mais forte do que a da vontade de desistir de tudo”.

A tecnologia, a pesquisa e a inovação foram essenciais para manter Michele firme ao seu propósito: “percebi que eu não poderia parar, que muita gente poderia futuramente ser beneficiada, que talvez as minhas habilidades pudessem servir para melhorar a vida das pessoas e tenho esse foco até hoje”.

Atualmente, a Cycor tem investidores anjo, uma equipe própria e é acelerada pelo Sistema Fiep.  “Decidi que a Cycor estava pronta e que era hora de incubar a startup em 2019. São vários benefícios envolvidos no processo, como apoio técnico, oportunidades e suporte até a segurança da estrutura”, explica Michele. 

Participação no Shark Tank

Em outubro, representando a Cycor, Michele participou da quarta temporada do programa Shark Tank Brasil. A empreendedora contou com o suporte da equipe do Sistema Fiep para sua preparação. “Há um processo longo de entrevista e de entrega de documentação. Antes da gravação também há uma etapa preparatória e um mistério para não falarmos com os tubarões previamente. Estar diante deles é indescritivelmente surreal, o coração bate forte, as pernas bambeiam e aquela é a hora do tudo ou nada”, conta Michele. Todos os cinco tubarões, José Carlos Semenzato, Cristiana Arcangeli, João Appolinário, Camila Farani e Caito Maia, se uniram para investir na startup, fato inédito na edição brasileira do programa.