Correta realização do capeamento em amostras de concreto é fundamental para garantia da segurança da obra

Insights19/08/2021
Entenda a importância do controle tecnológico
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Um dos materiais mais utilizados na construção civil no Brasil, sem dúvidas, é o concreto, que é usado principalmente em elementos estruturais. O acompanhamento da qualidade desse material apresenta grande importância para garantia da segurança da obra.

Nos ensaios realizados para controle tecnológico do concreto, encontra-se o ensaio de compressão axial, utilizados para identificação da resistência à compressão e avaliação se corresponde à resistência mínima solicitada em projeto, o chamado FCK (Feature Compression Know), traduzido para o português como “resistência característica do concreto”. O ensaio é realizado através da aplicação de carga de compressão uniaxial em corpos-de-prova e é um ensaio simples de baixo custo, com eficiência comprovada. É exigido por programas como o PBQP-h (Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat) para comprovação da qualidade e rastreabilidade do concreto com função estrutural e normatizada pela norma da ABNT NBR 5739:2018.

Sendo o concreto um material heterogêneo que possui muitas variáveis em sua composição e produção, é fundamental ter controle sobre as condições de realização dos ensaios. Falhas na execução do ensaio como por exemplo a aplicação incorreta dos sistemas de regularização da amostra podem implicar resultados incoerentes com a realidade e possível reprovação de lotes em condições de aceitação ou, ainda, a aprovação de lotes com qualidades de recusa, o que implica diretamente no possível comprometimento do desempenho das estruturas de concreto.

Há diferentes técnicas utilizadas para regularização da superfície da amostra, as quais podem apresentar pequenas variações entre seus resultados, conforme apresentado a seguir. Entre as diferentes técnicas existentes, podemos citar como principais:

  • Retificação: com utilização de um disco de corte diamantado, é realizada a remoção mecânica de uma fina camada do material, com o objetivo de obter a regularização de seus topos, garantindo a planicidade e distribuição de força homogênea sobre superfície. As falhas de planicidade, em qualquer ponto da superfície dos topos, não devem ser superiores a 0,05 mm.

Figura 1: Corpo de Prova de concreto com superfície regularizada com uso de Retífica

 

  • Almofadas elastoméricas (neoprene): este é normatizado pela C1231_C1231M-15 ASTM (American Society for Testing and Materials) e sua utilização consiste na aplicação de almofadas elastoméricas em seus topos, com a finalidade de preencher as irregularidades, para que a planicidade do mesmo não seja prejudicada, possibilitando a distribuição de forças de forma uniforme.

Figura 2: Almofadas elastoméricas (neoprene) 

É possível perceber a influência dos tipos de capeamento, quanto aos tipos de rupturas obtidos no ensaio de compressão axial, onde a ruptura do tipo F (fraturas no topo e/ou base abaixo do capeamento) ou tipo G (fraturas próximas ao topo), são resultados predominantemente encontrados em ensaio realizados com almofadas elastoméricas. Já as rupturas realizadas com capeamento do tipo retificação, provocam as rupturas do tipo B (cônica bipartida e cônica com mais de uma partição) e C (coluna com formação de cones), segundo a Norma ABNT-5739/2018.

A utilização de ambas as técnicas já é consolidada entre os laboratórios e, em comparativos realizados entre as práticas, comprovam que a diferença nos desvios padrão dos ensaios são desconsideráveis, sendo os coeficientes de variação entre 10 e 12% com neoprene e 9 e 10% com a retificação, desde que o ensaio tenha sido realizado com todas as condições necessárias.

O Instituto Senai de Tecnologia em Construção Civil do Paraná, dispõe de laboratório capacitado para realização do Controle Tecnológico de Concreto, atendendo às demandas da indústria da construção civil, com atendimento in loco ou rompimentos de compressão axial nos laboratórios. Além dos ensaios supracitados, o IST CC realiza ensaios em blocos de concreto e pavers, cerâmica vermelha, argamassa, solos, pavimentação, agregados e minerais, desempenho de sistemas construtivos, entre outros. Para conhecer mais sobre o Instituto, clique aqui.

* Texto escrito por Bianca Batista Oliveira da Cruz, do Instituto Senai de Tecnologia em Construção Civil.