Por Ricardo Gonçalves de Morais 

Grande parte dos problemas climáticos e ambientais enfrentados atualmente estão associados à produção, transformação e/ou uso de energia. Os combustíveis fósseis, fontes de energia não renováveis e altamente poluidoras, tendem a ser substituídos por matérias-primas mais sustentáveis e menos impactantes para o meio ambiente.  

Neste cenário, a utilização do hidrogênio, combustível alternativo “limpo”, tem chamado a atenção dos mais diversos ramos de pesquisa, tanto internacionalmente quanto em âmbito nacional. Em 2020, por exemplo, o Ministério de Minas e Energia aprovou o Plano Nacional de Energia 2050 (PNE2050), no qual foram estabelecidas diretrizes e metas para o uso do hidrogênio na matriz energética brasileira. 

Existe uma variedade de rotas tecnológicas para a produção do hidrogênio gasoso (H2), que vão desde tecnologias já consolidadas e de ampla aplicação industrial, como é o caso da reforma catalítica, até vias ambientalmente mais adequadas, que utilizam as tecnologias “verdes”. Entre elas, se destaca a produção do hidrogênio verde, que é realizada a partir da eletrólise da água com energia renovável, hidrogênio produzido por processos térmicos ou termoquímicos e o produzido por rotas biológicas. 

Dessa forma, por meio de bioprocessos, resíduos sólidos ou efluentes industriais podem ser aproveitados para a geração do bio-hidrogênio. Para isso, é necessário um consórcio microbiano adequado, além de um substrato que apresente elevado grau de biodegradabilidade. Neste caso, pode ser oriundo de resíduos diversos ou águas residuárias. Dessa forma, agrega-se valor a esses resíduos ou efluentes, transformando-os em matéria-prima para a geração de energia, além de proporcionar parte do seu tratamento antes de sua disposição final.

Além disso, diferentes processos podem ser integrados ou combinados a várias tecnologias com o objetivo de aumentar a produção do bio-hidrogênio, ou mesmo, melhorar o processo de tratamento dos resíduos ou efluentes.  

É nesse cenário que o Instituto Senai de Tecnologia em Meio Ambiente e Química-PR pode auxiliar as empresas que estejam interessadas em aplicar tecnologias verdes para a geração de hidrogênio, além de explorar o potencial de processos químicos e biológicos para o tratamento de resíduos e/ou efluentes.

Além disso, a equipe de pesquisa, desenvolvimento e inovação atua em diversos projetos de soluções ambientais e, com o apoio da equipe de metrologia, está pronta para encarar e buscar soluções para o próximo desafio que lhe for proposto.