Dispositivo desenvolvido pelo Senai auxilia indústria alimentícia e de biotecnologia a ganhar agilidade e reduzir custos
Em todo o mundo, a contaminação por bactérias é uma das principais causas de morte por serem micro-organismos não naturais ao ser humano. Por isso, na indústria alimentícia e de biotecnologia, uma das principais etapas da produção envolve a análise microbiológica de alguns componentes para detecção e quantificação de possíveis contaminantes que possam prejudicar a qualidade dos produtos e oferecer risco à saúde dos consumidores. Para agilizar ainda mais o processo, cujo resultado demora em torno de dois dias, o Instituto Senai de Inovação em Eletroquímica (ISI-EQ) desenvolveu, em parceria com a empresa Bio4 Soluções Biotecnológicas, um sistema portátil de monitoramento de contaminantes microbiológicos, que fornece resultados em menos de seis horas.
“Inovar, é melhorar a vida das Pessoas. Este dispositivo trará por um lado ganhos para a indústria nacional, pois permitirá reduzir custos e tempo de resposta em análises laboratoriais, mas também e principalmente aprimorará capacidades de eliminação sistemática de contaminação por bactérias”, avalia Filipe Cassapo, gerente do ISI-EQ. “Com o controle adequado de contaminantes, que estão intrinsecamente ligados com a qualidade de produtos, podemos alavancar o valor sustentável de indústrias de diversos setores, como alimentos, bebidas ou biotecnologia, beneficiando de diversas formas a sociedade, e as pessoas”, afirma o gerente.
Batizado como BACsearch YEAST, o dispositivo é um sistema portátil com sensor para identificar contaminantes microbiológicos, mais especificamente bactérias, que possuem influência negativa sobre indústrias que utilizam bioprocessos. “Nosso resultado final ainda é um protótipo, mas foi um grande feito dentro de apenas dois anos de projeto. Além disso, é bastante vantajoso, pois o método atual que as empresas usam ainda é de cultivo microbiológico, que demora aproximadamente dois dias para dar o resultado e a sensibilidade é menor do que a conseguida com o sensor eletroquímico”, explica Camila Rizzardi Peverari, pesquisadora do ISI-EQ.
No novo dispositivo, os sensores são todos descartados de forma sustentável após o uso, por isso são miniaturizados, utilizando pouco material e gerando baixíssima quantidade de resíduo, além de evitarem outras possíveis contaminações devido a várias leituras sobre uma mesma plataforma.
Em um primeiro momento, a Bio4, que produz leveduras e presta serviços em processos fermentativos para outras indústrias, vai utilizar o dispositivo em seus próprios processos internos, mas a empresa não descarta a possibilidade de expandir sua proposta de valor por meio dessa tecnologia. “Hoje, estamos na fase de colocar o sistema em teste na empresa para podermos reduzir custo e tempo das análises de contaminação e poder validar a tecnologia em nosso processo. No futuro, porém, pretendemos evoluir e passar a comercializar esses equipamentos para o setor de bebidas fermentadas, bebidas não alcoólicas e, por último, em alimentos”, reforça Marcelo Calide Barga, sócio-gerente da Bio4.
As pesquisadoras que atuaram no desenvolvimento do projeto no Instituto Senai de Inovação em Eletroquímica foram a Camila dos Anjos Proença, Rafaela Pinheiro Barreto e Tayane Aguiar Freitas.
Sobre o ISI Eletroquímica
Criado em 2013, o Instituto Senai de Inovação em Eletroquímica (ISI-EQ) foi o primeiro instituto do Senai a ser inaugurado no Brasil. Com infraestrutura laboratorial e recursos humanos altamente capacitados, realiza pesquisas aplicadas à indústria, desenvolvendo projetos de alto impacto industrial, tecnológico e econômico. Atualmente, é uma unidade credenciada pela Embrapii, oferecendo atendimento nas áreas de Energias Inteligentes, Materiais Inteligentes, e Biossensores Inteligentes. Também atua nas áreas de geração e armazenamento de energia; monitoramento e diagnóstico rápido para bioprocessos; e caracterização, monitoramento e controle da corrosão.
Para conhecer o ISI em Eletroquímica acesse senaipr.org.br/tecnologiaeinovacao/nossarede/eletroquimica