Instituto Senai de Tecnologia em Metalmecânica desenvolverá equipamento para retirar a renda da mandioca
Para que a renda da mandioca seja padronizada, o Sindicato das Indústrias de Mandioca do Paraná (SIMP) e o Instituto Senai de Tecnologia em Metalmecânica firmaram uma parceria. O assunto tem incomodado as indústrias de mandioca pela falta de padronização da atividade e, em comum, elas têm utilizado a balança hidrostática, mas a quantidade de amostras - que servem para avaliar teor de amido por meio da média - varia de empresa para empresa, geralmente são de duas a sete amostras. Quando os produtores de mandioca passaram a ser remunerados pelo teor de amido e não pelo peso total da raiz, este modelo passou a ser utilizado, há cerca de dez anos.
Pelo sistema atual, a renda por tonelada de mandioca é auferida por meio de uma balança hidrostática, onde cinco quilos do produto seco são mergulhados. O resultado desta pesagem elimina quantidade de água existente na raiz e determina a renda, que geralmente varia entre 280 e 650 gramas. Já a remuneração ao produtor é feita com base nesta renda, pois se a renda for de 500 gramas e o preço estiver, por exemplo, R$ 1,50/grama, o valor a ser pago é de R$ 750 a tonelada. O teor varia de raiz para raiz e depende da variedade, época de plantio, condições climáticas durante o desenvolvimento da planta e o período de colheita, já que a mandioca pode ser colhida entre 12 e 24 meses. De acordo com o SIMP, isso prejudica a padronização e a parceria deve proporcionar um novo equipamento, que irá verificar o nível de amido, eliminando a intervenção humana na retirada das amostras.
“Queremos um novo equipamento para tirar renda, um equipamento moderno, e que possa ser interligado ao sistema da empresa, dessa forma ele será mais confiável e irá permitir que todas as empresas tenham o mesmo equipamento. Isso irá proporcionar mais tranquilidade ao produtor e às indústrias. Queremos que seja tudo mecanizado, desviando a raiz de mandioca aleatoriamente, direto do caminhão para esse equipamento, que fará a pesagem, dará o resultado e enviará diretamente ao sistema das empresas", explica o presidente do SIMP, João Eduardo Pasquini.
Projeto em andamento
Juliano Coelho, supervisor de Tecnologia e Inovação do Senai, em Maringá, explica que os trabalhos estão em fase inicial. “É uma fase para entendermos quais são os requisitos. Dessa forma, para que tenhamos um excelente um trabalho, iremos realizar um trabalho em campo, dentro das empresas, para avaliar de forma mais técnica a necessidade e quais pontos precisam ser observados. A expectativa é que a gente tenha um equipamento qualificado e que atenda a necessidade do setor, tendo em vista que é um problema antigo e que diversos produtores enfrentam”, detalha.
Coelho lembra que até o final, os trabalhos passarão por diversas fases como: Pesquisa, para que desenvolvam formas de solucionar o problema, a parte de design, para que o equipamento tenha as funções necessárias, juntamente a ergonomia - ponto importante para a utilização. Além dos pontos anteriores, os pesquisadores também levam em consideração a engenharia, pois toda a modelagem mecânica precisa estar alinhada com uma simulação estrutural. Dessa forma, os especialistas podem desenvolver uma excelente estrutura para facilitar a movimentação na empresa. Assim que os estudos foram finalizados e o protótipo desenvolvido, ele será validado em dois momentos, inicialmente nos laboratórios do Senai Paraná e depois em uma empresa filiada ao SIMP.
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