Desde os primórdios até os dias de hoje, o desenvolvimento da humanidade sempre caminhou junto ao poder manipular e processar materiais, para produção de bens de consumo e ferramentas que possam gerar segurança e praticidade as nossas vidas. De lá para cá, muitas coisas mudaram e continuam se transformando a todo momento, alterando até mesmo a nossa percepção de velocidade de tempo que se acelera de forma exponencial.

O avanço tecnológico nos proporcionou acesso a inúmeras novas experiências diárias, chegamos ao ponto em que a vida contemporânea já não permite uma indústria ficar estagnada, persistindo em manufaturar produtos já ultrapassados e condenados. Objetos que antes possuíam simples “adjetivos” vinculados em seus argumentos de venda para induzir um consumo desenfreado, herança de antigos frutos de um conservadorismo, que passa a aprender com a nossa nova geração, que já nasceu rejeitando e substituindo este velho mundo por projetos de design de produtos que busquem inclusão e pluralidade.

Hoje passamos a exigir uma produção sustentável que valorize nossos recursos naturais através de desenvolvimentos que ofereçam sincronia, através da inovação e interação com seus consumidores, produtos que estão vinculados a “verbos” em suas funcionalidades no momento de suas utilizações, deixando de ser um simples objeto físico, para ser uma extensão de nossos corpos. Muitas vezes os critérios de definição de um bem inteligente está muito atrelado a algo com uma tecnologia embarcada através de circuitos eletrônicos e softwares de inteligência artificial, mas o design tem o poder de dar vida a produtos que se relacionam com os usuários de forma inteligente, através de suas funções e formatação da forma de suas superfícies, que exploram ao máximo as características físicas que os materiais proporcionam de forma natural, fazendo com que tudo o que está ao nosso redor interaja de forma natural  com nossos corpos, unificando e conduzindo os seres humanos a viver soluções de alto impacto social com um mínimo impacto ambiental.

*Texto escrito por Carl Kawasaki - Desenhista industrial com habilitação em projeto de Produto; Pós-graduado em gestão de design pela Universidade Estadual de Londrina (UEL); Cursando Pós-graduação de Ergonomia (UEL); Especialização em design contemporâneo pelo Kyoto Institute of Technology (KIT-Japão); experiência em gestão estratégica de design. Atualmente integra a equipe de desenvolvimento de produto do Instituto Senai de Tecnologia em Metalmecânica e responsável pelos serviços operacionais em manufatura aditiva (Impressão 3D).